Habilidades a serem trabalhadas - Reconhecer o caráter social e culturalmente construído da humanidade.
Caderno
do aluno, Vol.3, página 78 e 79.
MOMENTO 3
A cultura
é o legado da humanidade que transita dinamicamente no tempo e no espaço.
Diferentemente
dos animais, o ser humano não se desenvolve
fora da cultura: cada indivíduo, na sua singularidade, é produto e produtor
de expressões materiais, de símbolos, de representações e de significados que
correspondem a valores e crenças de sua época e lugar, condição fundamental para que
possa se constituir como ser social e viver em sociedade.
Hábitos alimentares, por exemplo, estão diretamente relacionados à cultura.
Em
cada cultura a alimentação possui peculiaridades. No Brasil, por exemplo, come-se pitu (crustáceo de água doce,
parecido com o camarão); na China, é
comum o consumo alimentício de escorpiões; na França os escargots (moluscos
terrestres); e no Vietnã come-se
carne de cachorro. O consumo desses animais pode parecer estranho, já que não é
o costume de muitos de nós. Da mesma forma, o que nos é comum, pode ser
estranho aos outros povos. O que dizer, por exemplo, do hábito de
comer feijão preto com orelha, rabo, pé e língua de porco? Será que é tão
agradável ao estrangeiro quanto é para os brasileiros que apreciam uma
autêntica feijoada?
A cultura também se realiza por meio de
processos de padronização de hábitos alimentares. Quando estamos na praça de alimentação
de um shopping center dificilmente observamos pessoas comendo alimentos in
natura ou frescos. Geralmente são industrializados e bastante calóricos. Os fast-foods apresentam aos consumidores a
proposta de servir refeições com rapidez. Esta característica fez com que o
eles ganhassem adeptos em todo mundo.
Há
ainda culturas que restringem certos
alimentos aos indivíduos. Por exemplo, para alguns cristãos,
durante a Quaresma, prevalece o consumo de “carnes brancas”, principalmente pescados,
em detrimento de “carnes vermelhas”; para os mulçumanos, com base no Halal, o consumo
de carne suína e bebidas alcóolicas é proibido; para os judeus, uma alimentação
Kosher veda o consumo de moluscos e crustáceos.
São
vários os aspectos culturais da alimentação humana que podemos abordar. O
importante a ressaltar é que, devido a padrões culturais, o quê, como, quando e
onde comer, enfim, o ato de alimentar-se, toma contornos bastante específicos,
moldando hábitos que mudam com o tempo e com os contatos entre culturas
distintas.
Além
disso, com base nos exemplos anteriores, entende-se que afinidades e aversões advêm de condições culturais. É interessante
observar o quanto nos distanciamos ou aproximamos de algumas pessoas
baseando-nos em afinidades. Sofremos
influência direta de padrões culturais pré-estabelecidos que ditam o que é
socialmente adequado, sofisticado ou
impróprio em todas as esferas da vida social.
Atividades:
1)
Como você se alimenta?
Seus hábitos são iguais aos de seus colegas, de seus avós ou de parentes que
vivem em outros lugares?
2) Nos alimentamos da mesma forma,
independentemente do lugar, da ocasião, da época, da religião, da posição ou
classe social? O que influencia nossos hábitos alimentares?
3) A forma como nos alimentamos é uma construção natural ou cultural?
Nenhum comentário:
Postar um comentário