segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Filosofia - Filosofia contemporânea e a condição humana

Olá Alunos!
Atividades da semana de 26/10 a 06/11/2020. Leiam com atenção! Acompanhem o CMSP.
Estou a disposição no grupo de WhatsApp e acompanhando o desenvolvimento de vocês nas atividades e na participação das aulas.
Profª Delma
Habilidades a serem trabalhadas - Reconhecer a relevância da reflexão filosófica para a análise dos temas que emergem dos problemas das sociedades contemporâneas.
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Inferir tese, tema ou assunto principal nos gêneros textuais: artigo de opinião, romance, conto fantástico e poema.

Roteiro de estudos:

A condição humana para a Filosofia Contemporânea

 

A Filosofia Contemporânea é aquela desenvolvida a partir do final do século XVIII, que tem como marco a Revolução Francesa, em 1789 até os dias atuais.

Podemos dizer que a principal marca da Filosofia Contemporânea é a crítica aos modelos filosóficos desenvolvidos até a modernidade. Durante o Iluminismo, no fim da modernidade, havia uma crença comum de que o avanço das ciências, das técnicas e do conhecimento aliados à popularização desse conhecimento por meio da educação, trariam o avanço moral da sociedade.

Nietzsche, ao criticar o padrão de racionalidade que, segundo ele, deixava de lado a potência animal e natural do ser humano e ao apontar que a moral que nós tínhamos como natural era fruto de uma inversão dos valores antigos, coloca em xeque toda a história da Filosofia. Talvez esteja em Friedrich Nietzsche a maior ruptura com a filosofia tradicional e uma grande enunciação do que viria no século XX.

O intenso século XIX também acompanhou o nascimento de novas ciências, como a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia.

Theodor Adorno e Max Horkheimer, no livro Dialética do Esclarecimento, classificam o Holocausto como o máximo da barbárie que a humanidade chegou devido ao que eles chamaram de “razão instrumental”. A razão instrumental é a utilização não reflexiva da ciência e das técnicas visando a uma finalidade. O avanço científico não garantiu o avanço moral humano.

Ludwig Wittgenstein, investigava as condições da linguagem por meio da lógica e da Filosofia analítica. Para ele, em sua juventude, os problemas filosóficos eram problemas de linguagem mal resolvida.

Para Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista, a liberdade humana era incondicional, de modo que o ser humano estaria, paradoxalmente, condenado a ter essa liberdade. Assim, para esse existencialista o que tornava o homem um ser angustiado e desamparado, já que ele seria totalmente responsável por si mediante suas ações.

Hannah Arendt também parte para a questão política, teoriza o fenômeno do totalitarismo.

Filósofos mais recentes que iniciaram suas produções na segunda metade do século XX, como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Jacques Derrida, fundam um pensamento que ficou conhecido como pós-estruturalista (chamado por alguns de pensamento pós-moderno). O pós-estruturalismo visava a quebrar a estrutura formal de pensamento baseada na razão e no método rigoroso, estabelecendo que a Filosofia deve atuar por meio do pensamento livre para chegar às suas conclusões.

A Filosofia Contemporânea, em geral, tentou estabelecer um novo padrão de racionalidade.

Os modernos encaravam a racionalidade como um instrumento que permitiria ao ser humano dominar a própria natureza. Se o Holocausto foi a marca da instrumentalização da razão como meio de domínio político, hoje, também vemos que o domínio da natureza traz consequências catastróficas para a humanidade, devido à degradação ambiental.

Filosofia Contemporânea para tempos de pandemia

O eterno retorno é uma ideia misteriosa, e Nietzsche, com essa ideia, colocou muitos filósofos em dificuldade: pensar que um dia tudo vai se repetir tal como foi vivido e que essa repetição ainda vai se repetir indefinidamente?

Durante a história, o eterno retorno de uma ameaça invisível se manifestou pela Peste Negra, a Cólera, Tuberculosa, Varíola, Tifo, Febre Amarela, Sarampo, Malária, AIDS, Gripe Suína e H1N1. E como seres humanos, constantemente nos esquecemos que estamos à mercê de um universo invisível aos nossos olhos que silenciosamente se reproduz e domina todos os espaços.

Albert Camus, em 1947, publicou sua obra “A peste”. A obra é uma versão romanceada da filosofia existencialista, é um livro que trata da solidariedade que a todos devemos, da liberdade de escolha e da responsabilidade sobre nossas escolhas. Os tristes e preocupantes fatos dos últimos dias reposicionaram esse livro no centro das atenções de quem a respostas frívolas e não pensadas prefere uma reflexão mais séria sobre as contingências da vida.

O existencialismo é uma linha filosófica que propõe a ideia de que a existência não possui significado e é por si só um absurdo, mas que o absurdo deve ser aceito, e todo o desespero deve coagir o ser humano a viver a vida de forma intensa e virtuosa, ele dizia que sua filosofia era: “Um lúcido convite a viver e criar, no meio do deserto.”

Camus, em sua obra, quis mostrar é que estamos na iminência de algo que mude as circunstâncias de tudo o TEMPO TODO. E não deveria vir como uma surpresa uma mudança repentina de circunstâncias, pois as instituições, o dia-a-dia e as relações nos dão a constante ilusão de que temos o controle de algo.

“Houve no mundo tantas pestes quanto guerras. ”

Soa familiar? As circunstâncias nos empurram a uma visão Estoica, para sermos “Senhores de nós mesmos” em prol do coletivo, e por mais difícil que seja, temos uma oportunidade única em nossa existência humana de repensar sobre quem somos.

O impacto da pandemia na sociedade contemporânea

O vírus escancara a vulnerabilidade social e revira todos os conceitos estabelecidos pela história da Filosofia, abalando a própria confiança das pessoas em geral na permanência da humanidade no Planeta.

Temos que fazer um profundo questionamento seguido da busca de respostas em torno de temas como a ética médica a precariedade dos sistemas de saúde, também a dificuldade de garantia das liberdades individuais diante das imposições de condutas coletivas, tensionamentos gerados pela pandemia sobre a presença do Estado e do seu papel na manutenção do bem-estar dos cidadãos.

 

Atividades: 

1) Qual seria a principal marca da Filosofia Contemporânea?

2) Os filósofos contemporâneos fazem críticas a racionalidade, o que eles pensam sobre isso?

3) O que o existencialismo nos permite refletir sobre o momento atual?

4) “O vírus escancara a vulnerabilidade social e revira todos os conceitos estabelecidos pela história da Filosofia”, com essa afirmação podemos tirar várias conclusões acerca da pandemia, da política, da solidariedade, da filosofia e etc. Por que?

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