segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Filosofia - Semana de Estudos Intensivos

Olá Alunos!
Atividades de 07 a 18/12/2020. Leiam com atenção! Acompanhem o CMSP.
Estou a disposição no grupo de WhatsApp e acompanhando o desenvolvimento de vocês nas atividades e na participação das aulas.
Profª Delma
Habilidades Essenciais: Reconhecer a relevância da reflexão filosófica para a análise dos temas que emergem dos problemas das sociedades contemporâneas. Expressar por escrito e oralmente questionamentos sobre o avanço tecnológico, o pensamento tecnicista e as consequências para a vida no planeta.
Competências Socioemocionais: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
Habilidades de recuperação e aprofundamento: Identificar e criticar práticas de humilhação social.

Roteiro de estudos:

A condição humana para a Filosofia Contemporânea

 

A Filosofia Contemporânea é aquela desenvolvida a partir do final do século XVIII, que tem como marco a Revolução Francesa, em 1789 até os dias atuais.
Podemos dizer que a principal marca da Filosofia Contemporânea é a crítica aos modelos filosóficos desenvolvidos até a modernidade. Durante o Iluminismo, no fim da modernidade, havia uma crença comum de que o avanço das ciências, das técnicas e do conhecimento aliados à popularização desse conhecimento por meio da educação, trariam o avanço moral da sociedade.
Nietzsche, ao criticar o padrão de racionalidade que, segundo ele, deixava de lado a potência animal e natural do ser humano e ao apontar que a moral que nós tínhamos como natural era fruto de uma inversão dos valores antigos, coloca em xeque toda a história da Filosofia. Talvez esteja em Friedrich Nietzsche a maior ruptura com a filosofia tradicional e uma grande enunciação do que viria no século XX.

O intenso século XIX também acompanhou o nascimento de novas ciências, como a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia.

Theodor Adorno e Max Horkheimer, no livro Dialética do Esclarecimento, classificam o Holocausto como o máximo da barbárie que a humanidade chegou devido ao que eles chamaram de “razão instrumental”. A razão instrumental é a utilização não reflexiva da ciência e das técnicas visando a uma finalidade. O avanço científico não garantiu o avanço moral humano.
Ludwig Wittgenstein, investigava as condições da linguagem por meio da lógica e da Filosofia analítica. Para ele, em sua juventude, os problemas filosóficos eram problemas de linguagem mal resolvida.
Para Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista, a liberdade humana era incondicional, de modo que o ser humano estaria, paradoxalmente, condenado a ter essa liberdade. Assim, para esse existencialista o que tornava o homem um ser angustiado e desamparado, já que ele seria totalmente responsável por si mediante suas ações.
Hannah Arendt também parte para a questão política, teoriza o fenômeno do totalitarismo.
Filósofos mais recentes que iniciaram suas produções na segunda metade do século XX, como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Jacques Derrida, fundam um pensamento que ficou conhecido como pós-estruturalista (chamado por alguns de pensamento pós-moderno). O pós-estruturalismo visava a quebrar a estrutura formal de pensamento baseada na razão e no método rigoroso, estabelecendo que a Filosofia deve atuar por meio do pensamento livre para chegar às suas conclusões.

A Filosofia Contemporânea, em geral, tentou estabelecer um novo padrão de racionalidade.

Os modernos encaravam a racionalidade como um instrumento que permitiria ao ser humano dominar a própria natureza. Se o Holocausto foi a marca da instrumentalização da razão como meio de domínio político, hoje, também vemos que o domínio da natureza traz consequências catastróficas para a humanidade, devido à degradação ambiental.


A ética socioambiental está conectada aos problemas de ordem ambiental que o País enfrenta, sobretudo, no momento atual. Para Buckeridge, o cenário é de retrocesso. No início do século XX, os estudos de ecologia começaram a ganhar maior congruência. “Várias descobertas levaram o mundo a uma conscientização que o meio ambiente existe. E que ele nos influencia”.
Do mesmo modo que Nicolau Copérnico evidenciou que a Terra não é o centro do universo, os estudos de ecologia mostraram que “o homem não é o centro do meio ambiente, mas, sim, uma parte dele”.

Art. 225Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II- Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético (...).
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

Página 96:

Segundo Adorno, no processo do mundo moderno, a racionalidade dominante, o cálculo limita-se à eficácia do resultado, aos números serem favoráveis. É o tipo de racionalidade, por exemplo, que prevê a rígida separação entre o progresso da ciência e da técnica e as questões éticas. Na racionalidade técnica voltada para resultados a aparência de neutralidade e a imparcialidade são capazes de legitimar decisões políticas e sociais fundamentadoras de processos de dominação e exploração.

Adorno e Horkheimer nos convidam a pensar a relação dialética entre progresso e barbárie. Para os filósofos frankfurtianos, a experiência vivida por alemães, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, comunistas e judeus nos eventos do nazismo é revelador de como o desenvolvimento científico e tecnológico pode produzir ciência e técnica com a finalidade de explorar, torturar e exterminar eficazmente seres humanos.

Atividades: 

1) Qual seria a principal marca da Filosofia Contemporânea?

2) Os filósofos contemporâneos fazem críticas a racionalidade, o que eles pensam sobre isso?
3) O que é a Ética Socioambiental? O que diz sobre isso no artigo 225 da CF/88?
4) O que prevê a rígida separação entre o progresso da ciência e da técnica e as questões éticas?

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