A condição humana para a Filosofia Contemporânea
A Filosofia Contemporânea é aquela desenvolvida a partir do final do século XVIII, que tem como marco a Revolução Francesa, em 1789 até os dias atuais.
Podemos dizer que a principal marca da Filosofia Contemporânea é a crítica aos modelos filosóficos desenvolvidos até a modernidade. Durante o Iluminismo, no fim da modernidade, havia uma crença comum de que o avanço das ciências, das técnicas e do conhecimento aliados à popularização desse conhecimento por meio da educação, trariam o avanço moral da sociedade.
Nietzsche, ao criticar o padrão de racionalidade que, segundo ele, deixava de lado a potência animal e natural do ser humano e ao apontar que a moral que nós tínhamos como natural era fruto de uma inversão dos valores antigos, coloca em xeque toda a história da Filosofia. Talvez esteja em Friedrich Nietzsche a maior ruptura com a filosofia tradicional e uma grande enunciação do que viria no século XX.
O intenso século XIX também acompanhou o nascimento de novas ciências, como a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia.
Theodor Adorno e Max Horkheimer, no livro Dialética do Esclarecimento, classificam o Holocausto como o máximo da barbárie que a humanidade chegou devido ao que eles chamaram de “razão instrumental”. A razão instrumental é a utilização não reflexiva da ciência e das técnicas visando a uma finalidade. O avanço científico não garantiu o avanço moral humano.
Ludwig Wittgenstein, investigava as condições da linguagem por meio da lógica e da Filosofia analítica. Para ele, em sua juventude, os problemas filosóficos eram problemas de linguagem mal resolvida.
Para Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista, a liberdade humana era incondicional, de modo que o ser humano estaria, paradoxalmente, condenado a ter essa liberdade. Assim, para esse existencialista o que tornava o homem um ser angustiado e desamparado, já que ele seria totalmente responsável por si mediante suas ações.
Hannah Arendt também parte para a questão política, teoriza o fenômeno do totalitarismo.
Filósofos mais recentes que iniciaram suas produções na segunda metade do século XX, como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Jacques Derrida, fundam um pensamento que ficou conhecido como pós-estruturalista (chamado por alguns de pensamento pós-moderno). O pós-estruturalismo visava a quebrar a estrutura formal de pensamento baseada na razão e no método rigoroso, estabelecendo que a Filosofia deve atuar por meio do pensamento livre para chegar às suas conclusões.
A Filosofia Contemporânea, em geral, tentou estabelecer um novo padrão de racionalidade.
Os modernos encaravam a racionalidade como um instrumento que permitiria ao ser humano dominar a própria natureza. Se o Holocausto foi a marca da instrumentalização da razão como meio de domínio político, hoje, também vemos que o domínio da natureza traz consequências catastróficas para a humanidade, devido à degradação ambiental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário