Art. 225. Todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
§ 1º Para
assegurar a efetividade desse direito, incumbe
ao Poder Público:
I - Preservar e restaurar os processos
ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II-
Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético
(...).
A ética socioambiental está
conectada aos problemas de ordem ambiental que o País enfrenta, sobretudo, no
momento atual. Para Buckeridge, o cenário é de retrocesso. No início do século
XX, os estudos de ecologia começaram a ganhar maior congruência. “Várias
descobertas levaram o mundo a uma conscientização que o meio ambiente existe. E
que ele nos influencia”, expõe o professor.
Todo
acúmulo gerado através dessas descobertas pode ser comparado à Revolução
Copernicana.
Do mesmo
modo que Nicolau Copérnico evidenciou que a Terra não é o centro do universo,
os estudos de ecologia mostraram que “o homem não é o centro do meio ambiente,
mas, sim, uma parte dele”.
Apesar
das evidências científicas, a defesa do meio ambiente foi gradativamente colocada
dentro de um contexto político por diferentes grupos, expõe Buckeridge.
“Enquanto a ciência vai avançando, compreendendo que o homem faz parte de uma
rede de interações e que, alterando o ambiente, altera-se o bem-estar do homem,
alguns grupos começam a pensar que isso poderia se tornar uma ação ativista”,
ou melhor, um problema a ser combatido. Foi justamente isso que o presidente dos
Estados Unidos, Ronald Reagan, fez na década de 1980, relembra Buckeridge. A
narrativa construída por Reagan associava a preocupação ambiental com grupos de
esquerda. Exatamente o que está acontecendo no Brasil, comenta o diretor do IB.
Por fim,
o professor Buckeridge reforça a
importância de reparar o conhecimento científico da maneira como grupos
políticos trabalham com ele. Florit acrescenta que os argumentos são a
chave para a resolução, mas que o poder costuma negá-los. “Não é um caminho
fácil”, enfatiza o sociólogo.
FERREIRA, José Carlos. Instituto de Estudos Avançados discute ética
socioambiental. Jornal da USP, publicado em 22/05/2019. Disponível em:
Atividades:
Nenhum comentário:
Postar um comentário